Agentes de combate à dengue iniciam bloqueios após alta do índice de infestação em Umuarama

A alta de oito vezes no Índice de Infestação Predial (IIP) apurado entre 18 a 22 deste mês, em Umuarama, de acordo com o quinto Levantamento de Índice Rápido para Infestação pelo Aedes aegypti (Liraa), levou o Serviço de Vigilância em Saúde Ambiental de Umuarama a intensificar as ações de enfrentamento ao mosquito da dengue, principalmente com bairros e regiões com os piores índices. O IIP, que havia ficado em 0,3% em agosto, subiu para 2,4% – mais que o dobro do aceitável conforme os organismos de saúde, que é 1%.

Na avaliação anterior, realizada entre 16 e 18 de agosto, sete regiões acusavam alto risco de contaminação pelo mosquito da dengue, febre chikungunya e zika vírus (a Praça Portugal, com 5,9%; Catedral, com 4,2%; Igreja São Paulo e Parque do Lago, 3,4%, Jardim União, 2,6%; Cidade Jardim, 2,4%; e Conjunto Ouro Branco, 2,1%). As demais regiões tiveram índice zero, o que na época classificou a situação como baixo risco para dengue.

Desta vez, das 60 localidades em que a cidade é dividida para a coleta de dados, 25 apresentaram IPP acima de 2% o que elevou o índice geral do município para 2,4%. A situação mais crítica é da Zona VII (com larvas encontradas em 16% dos imóveis), Igreja São Paulo (13,8%), Escola Malba Tahan (12%), Praça Oscar Thompson (10,7%) e Escola Vinícius de Moraes (10,3%).

Em outras 20 regiões, o índice variou entre 2% e 8,6%, enquanto em 36 localidades o percentual foi 0% – sem larvas nos imóveis. Ainda da quinta-feira, 21, os agentes de combate a endemias iniciaram operação bloqueio na Zona VII. “Como a coleta de tubitos foi alta por ali, devido à quantidade de larvas recolhidas, começamos as ações eliminando focos, tratando ambientes que possam acumular água e alertando a população local para os cuidados, a fim de evitar a proliferação do mosquito”, explicou o coordenador da Vigilância Ambiental, Carlos Roberto da Silva.

O trabalho prosseguiu na sexta-feira e na manhã desta segunda, com o apoio de alunos do curso de Técnico em Enfermagem do Colégio Estadual Hilda T. Kamal. “Continuamos depois na região da Igreja São Paulo, enquanto outra equipe trabalhava nas proximidades da Escola Municipal Malba Tahan”, acrescentou Carlos Roberto.

Residências atendidas por três unidades básicas de saúde (UBS) concentram a maioria dos focos encontrados durante o levantamento. Os piores quadros foram apurados na UBS Jabuticabeiras (8,6% de infestação), Guarani/ Anchieta (5,1%) e San Remo (5%), enquanto em 11 unidades o índice variou entre 0,4% e 3,7% e em quatro não havia infestação (0%). Com o IIP em até 1% o risco é baixo para disseminação da dengue. De 1% a 3,9% a situação é considerada de médio risco – caso atual de Umuarama – e acima disso, alto risco de propagação.

As notificações da doença têm aumentado gradativamente em Umuarama, conforme as atualizações do boletim semanal – no último, subiu de 83 para 86 (incluindo suspeitas, casos confirmados e descartados). Entre os meses de agosto a outubro, atual ano epidemiológico de acompanhamento da dengue, Umuarama soma sete casos positivos. No ano passado foram 143 casos registrados e nenhuma morte.

A farta incidência de chuvas em outubro, aliada ao calor, favorece a reprodução do mosquito caso encontre locais adequados para depositar os ovos. “É importante tomarmos os cuidados agora para evitar o aumento de casos e até uma possível epidemia, como ocorreu há dois anos. É preciso manter o quintal limpo, calhas desobstruídas, as coisas organizadas e protegidas da chuva. Elimine qualquer recipiente que possa acumular água”, orientou a secretária municipal de Saúde, Maria Harue Takaki.