Gráfico com coeficiente de casos de Covid reforça necessidade de cuidados

Um trabalho elaborado pelo médico Rafael Francisco dos Santos, professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa, em conjunto com o analista de dados e sistemas Marcelo da Silva, tem mostrado a evolução da pandemia de coronavírus no Paraná em cada uma das 21 Regionais da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). Eles criaram um gráfico móvel com o coeficiente de incidência de casos de Covid-19 por regional, com números a partir de junho de 2020 até fevereiro deste ano.

No início do período de acompanhamento, a 12ª Regional de Saúde, com sede em Umuarama e abrangência de 21 municípios, aparece na 18ª colocação no Estado, varia até a 15ª posição e em setembro/20 chega ao 19° lugar – próximo dos menores coeficientes em todo o Estado. A partir de novembro, porém, uma explosão de casos na região levou a regional à 9ª colocação no ranking em dezembro/20 e em fevereiro chegou na 10ª posição – com coeficiente de 5.729 casos positivos por 100 mil habitantes, enquanto no mês passado a média estadual fechou em 5.578/ 100 mil habitantes.

A avaliação dos dados mostra que até o início de novembro, com a observação das medidas recomentadas pelas autoridades de saúde pela população, a situação se manteve sob controle – com a média em torno de 950 casos positivos/ 100 mil habitantes. Mas a partir do relaxamento dos cuidados, dos feriados e em consequência do período eleitoral, os números evoluíram de forma preocupante. Ao final de novembro, o coeficiente da 12ª Regional de Saúde já estava em 2.217 positivados e ao final de dezembro chegou a 3.496 casos, atingindo 4.844 ao final de janeiro e fechando fevereiro com mais de 5,7 mil casos por grupo de 100 mil habitantes.

O nível de alerta aumentou e, após a ocupação de leitos chegar próximo da capacidade total dos hospitais do Estado, o governador Ratinho Júnior decidiu endurecer as medidas restritivas – por decreto estadual foram suspensas as atividades consideradas não essenciais e o toque de recolher foi ampliado (das 20h às 5h) para tentar reduzir a circulação de pessoas e a disseminação do vírus. A variação do gráfico tem por base dados estaduais constantes nas planilhas de monitoramento diário de casos da Secretaria de Estado da Saúde até 1º/03/2021.

Embora sejam regionais, os números servem de alerta para Umuarama. “Temos aplicado medidas efetivas por decreto, orientações e conscientização à população. Mas o sucesso nessa luta depende de outros fatores como a distribuição da vacina e o apoio às medidas preventivas”, apontou a secretária da Saúde, Cecília Cividini.

Segundo ela, todos sabem que devem usar máscara, higienizar as mãos de forma constante, manter distanciamento e acima de tudo evitar aglomeração e o contato próximo com as pessoas. Cecília também lembrou do cansaço dos trabalhadores da saúde, tanto na secretaria e unidades básicas (UBS) quanto nos hospitais, médicos, enfermeiros e auxiliares.

“A maioria desses profissionais está exausta de tanto trabalho, tanto esforço e esgotamento para atender a toda a demanda das UTIs e enfermarias. Precisamos do apoio da população na prevenção, para que não se contaminem e ajudem a minimizar essa pressão sobre o sistema de saúde. Mesmo em casa é preciso reforçar os cuidados porque a falta de leitos de UTI é uma triste realidade em todo o Estado. Os hospitais estão lotados e os profissionais cansados, com jornadas extenuantes. A situação é gravíssima”, completou.

Veja o gráfico em vídeo aqui